10 de fevereiro de 2010

A idade passa para todos

Eu estava sentada na sala de espera, para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava pendurado na parede. 
Ao ler o nome, de repente, eu me recordei de um moreno alto, que tinha o mesmo nome. 
Era da minha classe do colegial, uns 40 anos atrás, e eu me perguntava se poderia ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado na época. 
Quando entrei no consultório, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito. Este homem grisalho, quase calvo, e o rosto marcado, profundamente enrugado, era demasiadamente velho para ter sido o meu amor secreto... quê que é isso!? 
Depois que ele examinou minha boca, perguntei-lhe se ele tinha sido do Colégio Estadual Central. 
- Sim, respondeu-me. 
- Quando se formou? 
- 1966. Mas, por que a pergunta? 
- É... Bem... você era da minha classe. 
Foi então que aquele velho horrível, anormal, cretino, tremendo f.d.p., me perguntou: 
- Mas e a senhora, era professora de quê?


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